A beleza não elimina a tragédia, mas a torna suportável.

terça-feira, 15 de outubro de 2013


Saudade tem rosto...
Tem cheiro
Tem lembrança
Tem cor.

Saudade tem dor...
Tem medo
Tem amor.

Saudade deixa tristeza...
Leva alegria
E um pouco de desamor.

Saudade é um amontoado de tudo...
Sentimento profundo...dor e amor!

Saudade tem nome....
Nome de flor!


Raquel Fernandes

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Por isso amo o que as pessoas carregam por dentro.
O que está por fora muda a cada estação,conforme o
tempo e as convenções, mas a ESSÊNCIA, ahh essa continua intacta,
aja o que houver ela sempre estará lá...

Raquel Fernandes

domingo, 13 de outubro de 2013


Quero uma vida leve

De sonhos breves

Sorrisos intermináveis

Felicidade solta e amores livres!!

Raquel Fernandes

sábado, 12 de outubro de 2013


"Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras jabuticabas, ela chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço...
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte...
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo."

Rubem Alves

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Canção das mulheres


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft


Estou abandonando os excessos com dedicação, disciplina e com todo o cuidado que uma despedida pede para que não seja traumática demais. Eu só soube que estava tudo errado com as minhas atitudes quando elas não serviram mais para sustentar minha leveza. Foi quando tudo que antes era divertido terminou por me machucar por dentro e plantar no meu olhar uma tristeza sem horizontes alcançáveis. Quandotive que começar a me explicar demais, quando meus personagens foram morar nos meus atores e começamos a viver realmente as dores que inventei, decidi matar a autora de tantos dramas para cuidar da casa, regar as plantas e me isolar um pouco enquanto reavaliava quais seriam meus próximos passos. (A minha intensidade não podia continuar servindo de tripé para tanta agonia).Aprendi a pontuar histórias, delimitar espaços, dissolver conflitos, definir minhas relações e preservar o resto de sanidade que há em mim.(Nunca fui misteriosa, mas expor minhas vísceras à luz mais nítida do dia estava me fazendo contorcer de desprazer).

(...) Então abri a janela para que o ar circulasse e reciclasse toda a energia estagnada. Não preciso mais de entulhos emocionais, nem de exagerar nos meus mergulhos e usar lupas que distorcem as imagens. Agora eu só quero me preocupar com uma nova disposição dos móveis da casa enquanto ponho os pensamentos negativos que me vestiram por tanto tempo na máquina de lavar.

*
(sus)penso em passos de (mu)dança.

Marla de Queiroz

terça-feira, 1 de outubro de 2013


A chuva lava as magoas e
Rejuvenesce a alma
O calor já não nos consome, apenas some.
O frio estilhaça as emoções
O vento flutua e leva nas asas a tristeza minha e sua.
A alegria dorme um sono tranquilo, contagia, pra mais um dia!

Raquel Fernandes


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

“Somos queijo gorgonzola”


Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.

Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola.

Maitê Proença

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pesando os dias!


"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui pra a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas... As primeiras ele chupa displicentemente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. 
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis, sobre vidas alheias, que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.'
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

(Rubem Alves)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Nosso lugar (Victor Chaves)

No lugar da promessa, basta a palavra. 
No lugar da culpa, basta perdoar-se. 
No lugar do arrependimento, basta a compreensão do que não vale mais à pena. 
No lugar de preocupar-se, basta importar-se. 
No lugar da carência, basta a doação. 
No lugar da cobrança, basta o merecimento. 
No lugar da reclamação, basta atitude. 
No lugar da prepotência, basta a humildade, consciente de que, nem mais, nem menos que ninguém, somos apenas o que estamos. 
Estamos todos, em diversos sentidos, um pouco acima do chão e muito abaixo do céu.

No meio do caminho tinha um poste. No meio do silêncio um palhaço. No meio da alegria que espreita, os outros que seguiam sem olhar pros lados. No meio do caminho sem Drummond, nem pedra, nem retina fatigada. No meio do caminho do palhaço, uma alegria esperando pra virar piada. No meio do caminho, tantas cores. À espreita do poema, gargalhada.


Texto: Marla de Queiroz

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Desenhar sentimentos!


Me perguntam por escrevo textos e desabafos, respondo que desenho sentimentos enquanto caminho por vales e espinhos. Que sonho acordada enquanto vago por becos e jardins. Que Amo, canto e danço mesmo quando a estrada é curta e a água é pouca! Escrevo sonhos, partilho poesia, derramo emoções. E assim sigo meu caminho rabiscando, colorindo, recortando, apagando, construindo vida, balançando sonhos!

Raquel Fernandes

sábado, 23 de fevereiro de 2013


                                   Vão- se os sonhos, fica-se a dureza do caminho.
Vão-se os momentos, os amores, mas ficam as flores.
Vão-se todos os sentimentos e o vazio predomina, paira no ar, perfume sem fim!
Sensações, emoções,  nada de definições!
Apesar de, o caminho (re)compensa, acalma... é paz pra minha alma. Tão leve, tão pesada... calma!


Raquel Fernandes

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pessoas se vão...


Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. E continuam imortais dentro da gente. A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade... Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa.
Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos.
Cuidemos deste agora. Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento que pode durar cem anos ou cinco minutos. E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele tempo.
Segundos podem ser eternidades... ou não. Depende da ocasião.

Marla de Queiroz 

''Quantas vezes tenho vontade de encontrar
não sei o que...não sei onde...para resgatar
alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi"...

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


 A vida não espera resposta, ela nos oferece situações para busca-la. 
A distancia só existe quando não estamos dispostos a caminhar.
Enfrentar os obstáculos, cortar caminhos, encurtar os laços nos permite 
conhecer e amar o improvável, o invisível, o impraticável.

Quel Fernandes.

Dentro de mim...



Dentro de mim, existe um Espaço Sagrado onde guardo minhas preciosidades. Às vezes faço uma faxina lá e mudo tudo de lugar. Não é por maldade, é só vontade de ver um outro ângulo das coisas. Eu não gosto do olhar acostumado. Não gosto de ver um objeto num objeto, porque tudo para mim tem entidade humana. E gente me tira o fôlego: vejo belezas demais quando amo, e amo sempre e tanto. Não é falta de saudade, é desapego. Não é falta de amor, é a certeza do tempo esgotado. Não é a falta de interesse, é uma profunda ocupação com a minha própria vida. Não é mágoa, é indiferença. não é exagero, é escolha.
Às vezes eu desapareço, porque fico tão cansada. Cansada daquele cenário. Daquele amor. Absurdada pela coisas, me exaspero. Sempre é tanto. É que vivo num derramamento espesso de sentimento. Então eu mudo o foco, que é para não cansar o outro também(...) E só a solicitude pode me acalmar. Por isso, tão pouco escrevo. Por isso, durmo antes e depois do sono. Por isso, às vezes, tudo é tão esquisito e ausente em mim.
Não sou sempre flor. Às vezes, espinho me define tão melhor. Mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos.

Marla de Queiroz.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Desatar todos os nós... esta é a receita!


Desate os nós da garganta, abra a janela e deixe a luz entrar, deixe molhar o que está seco, feche o seu guarda chuva e deixa a chuva molhar, a alegria entrar, o presente florescer. Muitas vezes o que é bom aparece em sua vida, mas você está ocupado dando ênfase na dor. (Vinícius Morais)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Paradoxo do Nosso Tempo




Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

(George Carlin)

"Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, 
a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, 
a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, 
à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo 
se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, 
onde não me enxergo, mas me sinto."

Martha Medeiros.